Consumo de Água e Geração de Efluentes na Indústria Têxtil

Consumo de Água e Geração de Efluentes na Indústria Têxtil

No Brasil, há cerca de 5.000 indústrias têxteis, assim distribuídas: 11% de grande porte; 21% de pequeno; e 68% como microempresas. Situa-se, na economia brasileira, dentre os 24 setores de atividades industriais, no quinto lugar em empregos diretos e no sexto em faturamento.

Todos os anos, a indústria têxtil consome 93 trilhões de litros de água, o que significa 4% da captação mundial de água doce anual. Para cultivar 1kg de fibra de algodão, são necessárias de 7 a 29 mil litros de água. Uma camiseta, por exemplo, consome quase 3 mil litros de água e para cada calça jeans fabricada no Brasil são consumidos 5 mil litros. A indústria da moda é a segunda maior consumidora de água no mundo.

Esse ramo de atividade consome 15% de toda a água industrial do mundo. No beneficiamento têxtil, que compreende as operações de purga, merceirização, desengomagem, alvejamento e tingimento, estão presentes as etapas do processo onde é gerado o maior volume de efluentes líquidos, com elevada quantidade de carga contaminante. As etapas de maior consumo de água são a tinturaria, com cerca de metade de toda a água do setor, e o pré-tratamento onde é consumida 41% do total de água.

O consumo de água na indústria têxtil causa impactos ambientais significativos, em termos de demanda de água limpa, geração de efluentes, além do consumo energético. A água pode ser utilizada como veículo de transporte para os diversos produtos químicos empregados nos processos, bem como para o enxágue dessas substâncias.

Geração de Efluentes na Industria Têxtil

Consumo de Água e Geração de Efluentes na Indústria Têxtil

Os impactos da indústria têxtil se estendem por toda a cadeia produtiva: do cultivo ao beneficiamento e acabamento dos produtos.

Em 2010, a indústria têxtil ficou em terceiro lugar geral na descarga de águas residuais no montante de 2,5 bilhões de toneladas de águas residuais por ano.

Estima-se que de 17 a 20% da poluição da água industrial vem de tingimento e tratamento têxtil. Um número estimado de 8.000 produtos químicos sintéticos são usados ​​em todo o mundo para transformar matérias-primas em produtos têxteis, muitos dos quais serão liberados para fontes de água doce.

A indústria têxtil gera efluentes com composição extremamente heterogênea e uma grande quantidade de material tóxico e recalcitrante, o que torna seu tratamento mais difícil. Esses efluentes apresentam uma forte coloração, uma grande quantidade de sólidos suspensos, pH altamente variável, temperatura elevada, grandes concentrações de DQO, óleos minerais, agentes antiespuma, graxa, lubrificantes, compostos orgânicos clorados e surfactantes. Os corantes, em especial, oferecem riscos, pela presença de metais pesados como o Cromo, o Cobre, o Zinco, o Chumbo e o Níquel, todos altamente tóxicos à vida aquática e à saúde humana.

Além disso, efluentes industriais são gerados também na cadeia de cultivo de fibras naturais, como o algodão, e podem conter pesticidas, inseticidas e fertilizantes, que poluem o solo e as águas da região e podem impactar a biodiversidade, a comunidade e a economia locais.

A indústria têxtil, especialmente o setor de beneficiamento, é responsável pela poluição, principalmente dos corpos de água, das regiões em que atua.

Os efluentes destas indústrias, se não tratados convenientemente antes de serem lançados em águas naturais, são capazes de atingir reservatórios e estações de água, sendo esta a preocupação ecológica mais emergente.

Maiores exigências impostas pela legislação e cobranças sociais vêm criando a necessidade de mudar este quadro.

Inúmeras alterações quanto às políticas e regulamentos, tanto em nível nacional como internacional, foram feitas especialmente nas últimas três décadas.

Os valores limites dos parâmetros controlados foram se ajustando para proteger o meio ambiente. Esses valores são estabelecidos para cada indústria e diferem segundo os países. Normalmente, os padrões quantitativos se estabelecem no setor têxtil para os seguintes parâmetros: vazão de corrente efluente, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), sólidos em suspensão (SS), pH, e temperatura. Em alguns casos se adicionam a cor e o cromo.

O tratamento secundário dos efluentes nem sempre é suficiente para atingir as exigências requeridas para a remoção dos poluentes. Neste caso, o tratamento terciário é utilizado com a função de melhorar a qualidade do efluente liquido, proporcionando a remoção de cor e nutrientes, oferecendo condições de reuso, das águas residuárias.

Reuso de Água na Indústria Têxtil

Devido à crise hídrica, à escassez de água e de energia, muita empresas passaram a buscar alternativas para reutilizar a sua água, buscando novas tecnologias que permitissem maior controle do volume líquido consumido pela indústria.

As indústrias tendem a investir cada vez mais tempo e dinheiro no reuso, recuperação e reciclagem de efluentes têxteis. Estes fatos desencadearam o desenvolvimento de processos integrados que ajudam a minimizar sistematicamente, sobretudo, a geração de águas residuárias da indústria têxtil.

O desenvolvimento de tecnologias adequadas para tratamento destes rejeitos tem sido objetivo de grande interesse devido ao aumento da conscientização e rigidez das regulamentações ambientais.

Assim, torna-se importante o uso de técnicas mais modernas como os Processos de Separação com Membranas (PSM), que estão evoluindo como uma solução promissora para muitos problemas associados aos efluentes aquosos têxteis.

Os PSM são processos físicos, onde uma barreira (membrana) remove os poluentes, desde microrganismos (Microfiltração) até sais e pequenas moléculas orgânicas (Osmose Inversa), tonando o efluente próprio para o reuso em diferentes fins.

Os processos com membranas podem ser aplicados na remoção da cor e reuso de corantes, redução da carga orgânica, redução e reuso do sal. Além da recuperação do álcool polivinílico (PVA) e outras gomas, recuperação do látex e, principalmente, para a recuperação e reuso da água, visto as perspectivas futuras não muito animadoras de escassez e elevação dos custos para captação deste importante insumo industrial e da legislação cada vez mais restritiva para a emissão de efluentes.

Dentre suas inúmeras vantagens, os PSM possuem:

  • Baixo consumo energético;
  • Sistemas compactos;
  • Facilidade de ampliação de escala;
  • Facilidade de operação e manutenção;
  • Alta estabilidade operacional.

A Flush Engenharia desenvolve projetos personalizados para o tratamento e reuso de efluentes, utilizando tecnologias avançadas, como os PSM, permitindo o reuso da água para diferentes fins.

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Por Gabriela Marques dos Ramos


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