Dessalinização da água do mar para combate à escassez
Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) mostram que a demanda por uso de água no Brasil deve aumentar em 30% até 2030.
Várias cidades do país em diferentes regiões já passam por escassez de água potável.
A escassez de água, que não ocorre somente em regiões áridas, pode ser caracterizada como um desencontro entre a água fornecida e a demanda de água: a poluição e a exploração de aquíferos de águas subterrâneas e águas superficiais têm levado ao decréscimo da quantidade e qualidade das fontes de águas naturais disponíveis em muitas regiões.
A água, em si, está longe de ser um bem escasso – cerca de 70% da superfície terrestre é coberta por água e há, ainda, grande quantidade em aquíferos e mananciais subterrâneos. O que falta é água potável para consumo humano – apenas 0,92% da água terrestre está disponível para nosso uso – e para alimentar a indústria e a agricultura, que é responsável por 70% do consumo de água na Terra.
Estes fatos têm levado ao desenvolvimento de novas técnicas de utilização, tratamento e recuperação dos recursos hídricos.
Aproveitamento da água da chuva, reuso, construções sustentáveis, dessalinização e despoluição são algumas das medidas possíveis para que a falta não se torne rotina.
A dessalinização de águas é uma alternativa para fornecer água, que de outra forma, não seria acessível.
A dessalinização é um tratamento físico-químico no qual retira-se o excesso de sais minerais, micro-organismos e outras partículas sólidas presentes nas águas salgada e salobra. Este processo pode ser empregado para transformar água do mar em água potável e garantiro abastecimento de milhões de pessoas no mundo.
Água do mar. Mais de 97% da água disponível no mundo é salgada.
A tecnologia de dessalinização pode ser classificada através do seu mecanismo de separação entre dessalinização térmica e por membranas.
Dentre os processo de separação por membranas, a osmose inversa (OI) é empregada quando se deseja reter solutos de baixa massa molar, tais como sais inorgânicos e pequenas moléculas orgânicas.
Dessa forma a OI tem se destacado, sendo progressivamente implementada para a dessalinização de águas e reuso de efluentes líquidos. Esse processo gera um tratado com qualidade adequada para ser utilizado como água potável.
Processo de tratamento de água do mar por Osmose Inversa. Fonte: Betaeq
O mercado de dessalinização tem se expandido ao longo das décadas.
Segundo a Associação Internacional de Dessalinização (IDA):
- São 20.516 plantas de dessalinização por OI ao redor do mundo;
- 122 milhões de m3/dia é a capacidade total acumulada de dessalinização;
- Plantas instaladas em 150 países;
- 300 milhões de pessoas dependem da dessalinização de água para atender às suas necessidades;
- Israel é um dos líderes na dessalinização por OI, cerca de 80% da água potável consumida pela população do país é proveniente do mar.
O mercado nacional para a tecnologia de OI utilizada para dessalinização da água do mar ainda é pequeno, mas é previsto grande crescimento com a problemática da escassez de água em muitas cidades brasileiras.
No Arquipélago de Fernando de Noronha há mais de uma década, o processo de dessalinização por osmose inversa é responsável pelo abastecimento de água.
Em Fortaleza (CE), um projeto de dessalinização por OI em larga escala já está em fase de instalação.
No Espírito Santo, um sistema de dessalinização por OI será instalado na usina, em Serra, com capacidade para produzir até 500 m³/h de água industrial para uso em processos operacionais.
Em Camboriú (SC) estuda-se a implementação da tecnologia para dessalinização de água do mar, tendo em vista que o nível da água para captação ficou abaixo de um metro.
A Flush Engenharia desenvolve projetos personalizados utilizando a tecnologia de Osmose Inversa para dessalinização, tratamento de efluentes e reuso de água.
Entre em contato ou agende uma visita!
Por Gabriela Marques dos Ramos