O que é e quais são as etapas de uma Estação de Tratamento de Efluentes

O Instituto Trata Brasil calcula que em todo território nacional, a cada dia, são lançadas 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado em solo, córregos, rios, mar e demais cursos d’água, enquanto de acordo com especialistas da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para cada R$ 1 investido pelos governos em saneamento básico há uma economia de R$ 4 em despesas com o sistema de saúde do País.

O que é e quais são as etapas de uma Estação de Tratamento de Efluentes

No Brasil, 35 milhões estão sem acesso à água potável e no esgotamento sanitário, mais de 100 milhões não têm nem mesmo coleta dos dejetos. Onde se coleta, mais da metade não é tratado.

Quase toda água potável que consumimos tanto no uso doméstico (pias, vaso sanitário, chuveiros, etc.) é denominada de esgoto, sendo reintroduzida nos rios e lagos. Estes mananciais, uma vez contaminados, podem conter microrganismos causadores de várias doenças como a diarreia, hepatite, cólera e febre tifoide.

Nesse contexto, o saneamento básico, especialmente as estações de tratamento de esgoto, é fundamental para garantir que essas águas servidas retornem para a natureza despoluídas, contribuindo com a prevenção de doenças, a promoção da saúde e a melhora da qualidade de vida da comunidade.

As Estações de Tratamento de Esgoto – mais comumente conhecidas através da sigla ETE – são unidades operacionais do sistema de saneamento que especificamente recebem as cargas poluentes do esgoto. Através de processos físicos, químicos ou biológicos as ETEs removem as cargas poluentes do esgoto devolvendo ao ambiente o efluente tratado, reduzindo os eventuais impactos ambientais que poderiam ser causados sem o devido tratamento, em conformidade com os padrões exigidos pela legislação ambiental.

Etapas de uma ETE

Ao deixar as casas, prédios comerciais e industrias, o efuente é encaminhado por tubulações para as redes coletoras e o destino final é a ETE.

O Processo de tratamento varia de acordo com as características dos poluentes presentes no efluente. Portanto, as ETEs devem ser projetadas por especialistas que irão analisar a carga poluente e determinar quais tecnologias são necessárias para o tratamento.

Os processos de tratamento são classificados em:

Processos físicos: remoção de poluentes sem adição de produtos químicos. Normalmente, são utilizados processos de filtração/decantação.

Processos químicos: são usados reagentes para remover os poluentes através de reações químicas.

Processos biológicos: envolvem a remoção de matéria orgânica, através da decomposição utilizando microrganismos.

Inicialmente, o tratamento do esgoto consiste na separação da parte líquida da sólida. Nessa primeira etapa ocorre a remoção de materiais grosseiros, como objetos sólidos (papéis, plástico e outros), areia e gordura. O sistema é composto geralmente por peneiras e grades, responsáveis pela retenção desses materiais.

Depois disso, o esgoto é transportado para uma caixa cuja função é retirar os resíduos de areia e a gordura que permaneceram. Esses resíduos podem ser removidos de forma manual ou mecanizada e, posteriormente, devem ser destinados de maneira adequada aos aterros sanitários.

Os processos subsequentes dependem da tipologia do sistema de tratamento. Existem vários tipos de tecnologias usadas para esse fim, mas os principais tipos de tratamentos de efluentes resumem-se em três grupos: tratamentos primários, tratamentos secundários e tratamentos terciários.

No entanto, o tratamento ideal para cada tipo de efluente é indicado de acordo com a carga poluidora e a presença de contaminantes.

Tratamento primário: É aquele que usa processos físico-químicos para separar da água os sólidos em suspensão e materiais que ficam flutuando.

Tratamento secundário: são usados tratamentos biológicos para a retirada de substâncias biodegradáveis presentes no efluente.

Tratamento terciário: consistem em técnicas físico-químicas ou biológicas avançadas para a retirada de poluentes específicos que não foram retirados pelos outros processos mais comuns.

Os processos podem ser combinados para alcançar uma mais alta eficiência. De acordo com o tipo de efluente (sua carga de contaminantes) e a finalidade após o tratamento (descarte ou reuso), a ETE pode ser composta das seguintes etapas de tratamento;

O que é e quais são as etapas de uma Estação de Tratamento de Efluentes

- Gradeamento e peneiramento: Resíduos sólidos grandes são retidos por grades com espaçamentos entre cinco e dez centímetros, servindo de uma primeira filtragem para facilitar a condução do esgoto por meio de bombas e tubulações.

- Desarenação: a areia em suspensão no esgoto vai para o fundo do tanque, enquanto os materiais orgânicos ficam nas camadas superiores.

- Equalização: A principais funções dos tanques de equalização são:

  • Equalizar a vazão: Evita que haja picos de vazão muito altos ou muito baixos, facilitando o dimensionamento dos equipamentos a jusante.
  • Estabilizar o pH: Com o pH mais estável, facilita-se a correção e reduz-se a utilização de produtos químicos, gerando economia na operação.Homogeneizar a carga: Uma carga mais homogênea durante o processo facilita a regulagem da dosagem de produtos químicos, possibilita vazões constantes, economia de produtos químicos, equipamentos menores a jusante.

- Decantador primário: primeira etapa de decantação onde o material orgânico sólido é misturado e sedimentado no fundo, formando lodo.

- Tratamento biológico: Essa etapa é constituída por processos bioquímicos que podem ser aeróbicos ou anaeróbicos. Esse processo objetiva remover a matéria orgânica que não foi removida no tratamento anterior. Se bem feito, o tratamento permite obter um efluente em conformidade com a legislação ambiental.

- Decantação Secundária: Após o tratamento biológico, o líquido sobrenadante passa pela parte superior de uma parede divisória interna, para o decantador secundário. Neste tanque, os flocos estabilizados, ainda contendo uma razoável atividade microbiológica, são separados por decantação. Uma parte do lodo biológico decantado retorna, por bombeamento, ao reator. Outra parte é dirigida ao adensador de lodo para digestão, adensamento e posterior desidratação e descarte em aterro industrial licenciado.

- Tratamento Terciário: alguns efluentes (principalmente, efluentes industriais, com alta carga de poluentes) necessitam de uma etapa a mais no tratamento para se adequar às legislações de despejo nos corpos d’água. Para o reuso do efluente tratado, o tratamento avançado também se faz necessário.

No sistema terciário ocorre a remoção de compostos inorgânicos do sistema, tais como nitrogênio e fósforo. Dessa forma, o tratamento tem foco em poluentes específicos que não foram retirados pelos processos anteriores, como metais pesados, compostos não biodegradáveis, nutrientes e outros.

Assim, essa operação pode consistir em diversas etapas que dependem do tipo de poluição do efluente e do grau de depuração que se deseja obter.

Além dos processos convencionais presentes nos grupos primário e secundário de tratamento, cabe ressaltar a importância e evolução dos tratamentos avançados presentes na etapa de tratamento terciário.

Nesse caso, podem ser usadas várias técnicas, como:

  • Precipitação química: adição de substâncias químicas coagulantes, com o objetivo de formar flocos que decantam com o lodo, removendo o poluente do esgoto, que fica mais límpido. Um exemplo é a adição de sais de alumínio, ferro e cálcio para remoção de fósforo do efluente;
  • Adsorção: nesse processo, usa-se o carvão ativado para promover a adsorção, ou seja, os poluentes são transferidos para a superfície do composto utilizado;
  • Troca iônica: íons poluentes que estão na água ficam retidos na resina polimérica;
  • Processos Oxidativos Avançados: são baseados na geração de radicais livres, em especial o radical hidroxil (∙OH). Este radical possui alto poder oxidante e pode promover a degradação de vários compostos poluentes em poucos minutos.
  • Processos de Separação por Membranas (PSM): processos físicos, onde uma barreira (membrana) remove os poluentes, desde microrganismos (microfiltração) até sais e pequenas moléculas orgânicas, tonando o efluente próprio para o reuso em diferentes fins.

Dentre suas inúmeras vantagens, os PSM possuem:

· Baixo consumo energético;

· Sistemas compactos;

· Facilidade de ampliação de escala;

· Facilidade de operação e manutenção;

Alta estabilidade operacional.

A Flush Engenharia desenvolve projetos personalizados para o tratamento e reuso de efluentes, desde o tratamento convencional até as tecnologias mais avançadas permitindo o reuso da água para diferentes fins.

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Por Gabriela Marques dos Ramos


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