Reuso de Água na Construção Civil

Reuso de Água na Construção Civil

Segundo estudos, o setor de construção civil é responsável por consumir 21% de toda a água tratada do planeta, sendo 13,6% deste percentual destinado a edificações.

Além de ser um recurso fundamental para as construções, é importante citar que a água é utilizada em praticamente todas as etapas do projeto e, sem ela, alguns procedimentos não poderiam ser realizados, como a mistura do concreto. Para se ter uma ideia, um estudo feito em canteiros de obra constatou que cerca de 17% das atividades realizadas em uma construção requerem água limpa. Isso mostra como o setor da construção é dependente de recursos hídricos.

Um dos principais meios para reaproveitar os recursos hídricos é o reuso da água. Dessa, o efluente gerado diferentes etapas em uma construção pode ser tratado e reutilizado.

Na construção civil, a água reutilizada é dividida em três grupos: águas cinzas, águas negras e águas pluviais. As águas negras são as provenientes dos vasos sanitários. O grupo das águas cinzas se divide em águas cinzas claras (provenientes de chuveiros, banheiras, lavatórios e máquinas de lavar roupas) e águas cinzas escuras (provenientes de pias de cozinha e máquinas de lavar pratos). As águas pluviais são as águas provenientes das chuvas, as quais, são captadas por ralos ou calhas na cobertura das edificações.

O tratamento e reuso da água cinza é uma das formas de minimizar o problema iminente da escassez de água em áreas urbanas. Após seu tratamento, esta água pode ser reutilizada em diferentes fins, reduzindo de 30 a 60% o requerimento por água potável em uma edificação.

O reuso da água cinza no canteiro de obras pode gerar economia de 30% a 50% do consumo e ainda reduzir a produção de esgoto, medida importante para áreas onde não há sistema de tratamento. A água de reuso pode ser utilizada na descarga sanitária dos alojamentos, na irrigação de jardins ou para molhar a terra, visando baixar a poeira do terreno em dias secos. Outra possibilidade de aproveitamento é na elaboração do concreto.

O consumo e a gestão eficiente da água é um dos requisitos mais importantes para o desenvolvimento de edifícios verdes, especialmente para aqueles que buscam a constatação de uma certificação sustentável.

Captar e reaproveitar água de diversas fontes é um dos métodos mais eficientes e usados para este fim, tanto no canteiro sustentável quanto na operação dos empreendimentos. As finalidades desta água de reuso acabam sendo as mesmas para ambas as situações. Entre eles, podemos citar: umidificação de vias e calçadas, descarga do vaso sanitário, limpeza de pisos e áreas externas, limpeza de mictório, rega de áreas verdes, lavador de rodas, limpeza de equipamentos como forma para concretagem, testes de impermeabilização, entre outros.

Reuso de Água nas edificações

Como vimos, o reuso da água nas edificações pode diminuir significativamente o consumo de água potável, preservando os mananciais e diminuindo a geração de esgoto. Em tempos de crise de abastecimento, trata-se de uma medida mais do que necessária nos projetos de Engenharia. Essa evolução técnica e cultural influenciará diretamente a qualidade de vida das presentes e futuras gerações.

A Construção Civil tem papel fundamental no combate ao desperdício de água. Cabe a ela promover medidas para redução do desperdício e utilização de fontes alternativas de água nas edificações. Essas iniciativas podem proporcionar uma economia de água da ordem de 40%.

O percentual de consumo de água em uma unidade habitacional unifamiliar é dado por:

  • Chuveiro – 55%;
  • Pia – 18%;
  • Lavadora de roupas – 11%;
  • Lavatório – 8%;
  • Bacia Sanitária – 5%;
  • Tanque – 3%.

Em edifícios comerciais, a produção de água cinza é menor do que nos residenciais. Isso porque nesses empreendimentos não há consumo de água potável em banhos ou lavagem de roupas. A complementação é feita com água de outra fonte não potável, como água da chuva ou do subsolo. No caso dos condomínios comerciais, a economia pode chegar a 50%, pois evita o uso de água potável para o sistema de descarga sanitária.

As águas cinzas e negras contam com diferentes tipos de contaminações, em decorrência dos vasos sanitários, no caso da água negra. Assim, o sistema hidráulico destinado ao tratamento de água de reuso proveniente da água cinza deve estar totalmente separado da água negra. As águas são coletadas separadamente e direcionadas a uma estação de tratamento específica. A distribuição da água para reuso também deve ser feita em tubulação separada do sistema hidráulico de água potável.

Os principais elementos do projeto de sistemas de reuso de águas cinzas são os seguintes:

  • pontos de coleta de águas cinzas e pontos de uso;
  • determinação de vazões disponíveis;
  • dimensionamento do sistema de coleta e transporte das águas cinzas brutas, composto pelos condutores horizontais e verticais que transportam as águas cinzas coletadas ao sistema de tratamento para posterior armazenamento;
  • determinação do volume de água a ser armazenado;
  • estabelecimento dos usos das águas cinzas tratadas;
  • definição dos parâmetros de qualidade da água em função dos usos estabelecidos;
  • tratamento da água;
  • dimensionamento do sistema de distribuição de água tratada aos pontos de consumo.

Vale salientar a necessidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de criar uma norma específica para os sistemas de reuso predial de água, para evitar riscos. Os empreendimentos comerciais ou residências, que adotam o reaproveitamento da água, devem implementar uma gestão responsável. Da mesma maneira que os condomínios terceirizam a manutenção de elevadores e das piscinas, precisam desenvolver um sistema de manutenção responsável para o reuso, caso contrário, a solução pode se tornar pior do que sua ausência.

Como o Brasil não tem norma técnica para sistema de reuso de água e o código de obras não aborda o tema de maneira específica, tem muita gente projetando e implantando sistemas de modo inadequado.

Tratamento da Água Cinza

O tratamento da água cinza pode ser realizado utilizando-se sistemas biológicos, processos físicos e processos físico-químicos, dependendo de cada situação. Em prédios residenciais, o tratamento mais indicado é o físico ou físico-químico.

Dentre as tecnologias disponíveis para o tratamento desse tipo de efluente, os processos de separação com membranas (PSM) merecem destaque, produzindo água livre de microrganismos, contaminantes e particulados, e, no caso da Nanofiltração e Osmose Inversa, de componentes dissolvidos.

Os PSM apresentam vantagens como baixo consumo de energia; condições brandas de operação; dispensam o uso de aditivos; são de fácil escalonamento; podem ser combinados a outros processos de separação; geram menor quantidade de resíduos; além de se destacarem dentre outras tecnologias como um processo ambientalmente responsável.

Dentre os processos de separação por membranas, a Ultrafiltração é usada para a remoção de sólidos suspensos na água. As membranas de Ultrafiltração são uma barreira física segura de retenção de microrganismos (incluindo vírus), óleos e materiais em suspensão, permitindo a passagem da água e dos componentes solúveis presentes. Deste modo, a ultrafiltração fornece um efluente sanitizado e isento de sólidos.

A Nanofiltração se apresenta como alternativa promissora no tratamento de

águas residuais, pela sua eficiência na remoção de matéria orgânica dissolvida. A técnica é usada para o controle de poluentes emergentes, como produtos químicos de desregulação endócrina, farmacêuticos e de higiene pessoal.

A Flush Engenharia desenvolve soluções para o tratamento e reuso de água cinza, utilizando técnicas avançadas de tratamento, incluindo os processos de separação por membranas, garantindo a qualidade da água de reuso para as mais diversas aplicações.

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Por Gabriela Marques dos Ramos


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